PP e União se afastam ainda mais de Lula com críticas a medidas fiscais
Governo vê contaminação de posição política de partidos em discussão sobre economia
Para além das críticas ao teor das alternativas apresentadas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), PP e União Brasil também querem marcar posição de afastamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Integrantes dos partidos, que estão em processo de formar uma federação, afirmam que os sinais de desembarque estão dados. Juntas, as legendas têm quatro ministérios na Esplanada de Lula.
Do outro lado, o governo vê contaminação de posição política das siglas em discussões cruciais para conseguir fechar as contas.
Ainda que estejam longe de um consenso sobre quem apoiar em 2026, há defesas de parlamentares do PP e do União para que o caminho não seja nem Lula, nem Bolsonaro.
Após o anúncio de que iriam debater até fechar questão contra as medidas apresentadas pelo Ministério da Fazenda, diversos parlamentares não pouparam críticas ao governo.
Muitos afirmam que o governo está sem agenda e que é contraditório ao anunciar medidas populistas e que terão custos, como vale-gás, programas de reformas para casa e créditos para algumas categorias, sem do outro lado fazer o dever de casa de corte de gastos.
O recado é claro: um aumento de imposto não ará em ano pré-eleitoral. Antes da edição da medida provisória na noite de quarta-feira (11), a defesa era inclusive para voltar a fazer pressão contra o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pela derrubada do decreto do IOF editado pela Fazenda semanas atrás e que deu origem a uma nova crise.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (12) que conversou com os presidentes da federação, Ciro Nogueira (PP-PI) e Antonio Rueda (União).
No Congresso, a expectativa é que, diante dos imes criados antes mesmo da MP ser enviada, a votação do texto fique para depois do recesso dos parlamentares, previsto para julho.
Do lado da Fazenda, a aposta para driblar a rejeição da política às medidas com explicações sobre o quanto os setores afetados já são abraçados de outras formas com isenções e benefícios. O agro é citado nisso.
Haddad aposta no didatismo e na conversa para explicar que as medidas não afetam a população e são adotadas para corrigir distorções.