Os advogados do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) classificam como “falsidade grotesca” as mensagens publicadas pela revista Veja e atribuídas ao militar. Alegam que as mensagens são falsas e estão fora de contexto, apontando para uma possível montagem.

A reportagem da Veja traz prints do que seria uma troca de mensagens entre o militar, usando justamente um perfil com o nome “Gabriela R”, e alguém do círculo próximo do ex-presidente. De acordo com a publicação, o conteúdo indicaria um jogo duplo por parte do delator, que relatava ao interlocutor uma versão diferente da apresentada nos depoimentos do acordo de colaboração premiada.

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Ao STF, a defesa de Cid afirmou que o ex-ajudante de ordens jamais utilizou o perfil e que a conta não tem relação com a esposa do delator, apesar de levar o mesmo nome.

Os advogados citam ainda a presença de erros grosseiros de português, o uso de forma de tratamento inadequada entre militares e a inclusão de informações que não constam dos depoimentos oficiais de Cid. Afirmam também que os diálogos apresentam uma linguagem incompatível com a de Mauro Cid, classificando-a como “grosseira, quase analfabeta”.

"Há erros crassos de concordância verbal, a forma equivocada de se referir aos generais da Forças Armadas, entre outros, destaca-se a forma grosseira, quase analfabeta, com que foram construídos os diálogos e que jamais poderiam ser de autoria de Mauro Cid", citam os advogados.

No pedido ao ministro Alexandre de Moraes, a defesa de Cid solicita a abertura de investigação para apurar a titularidade e o uso dos perfis “Gabriela R” e “@Gabrielar702”, além do reconhecimento de que a reportagem é falsa.

Além disso, a defesa reafirma que Mauro Cid cumpriu integralmente os termos da colaboração premiada, respeitando o sigilo e as medidas cautelares. Afirma também que o ex-ajudante de ordens está à disposição da Corte, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal para prestar esclarecimentos.

Ao ser interrogado na segunda-feira (9), no STF, Mauro Cid afirmou que não usou redes sociais durante o período em que esteve sob medidas restritivas.

Questionado pelo advogado Celso Vilardi, que representa Jair Bolsonaro, sobre o uso de um perfil no Instagram que não está em seu nome, Cid respondeu: “Não”. E completou: “Todos os meus celulares foram apreendidos”.

Vilardi então perguntou a Cid se ele “conhece um perfil chamado @gabrielar702”. Cid respondeu: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.

Por ser réu colaborador, o militar se comprometeu a falar a verdade, sob pena de ter a delação anulada e perder benefícios.

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Mauro CidSTF (Supremo Tribunal Federal)