"A origem do problema não é tocada, de fato, que é fazer reformas e cortar gastos. O mercado comprou uma tese de que o Congresso pressionando haveria alguma mudança estrutural, mas não foi o que vimos com os anúncios", afirmou o economista-chefe da Way Investimentos, Alexandre Espírito Santo.

Após longa reunião com os líderes partidários da Câmara dos Deputados, Haddad comunicou que a compensação ará por uma maior cobrança das empresas de apostas esportivas, as chamadas bets, e pelo fim da isenção de rendimentos de alguns títulos de renda fixa.

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"Havia a esperança de que, quando a Câmara deu prazo de 10 dias para apontar mudanças, teria a divulgação de novas reformas, mas no fim trocamos o imposto A pelos impostos B, C e D", acrescentou Espírito Santo.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destacou em entrevista ao CNN Money nesta manhã a falta de propostas estruturantes que possam levar a menos gastos públicos nos próximos anos.

"Pensando a médio prazo, há uma crítica do mercado financeiro por mais uma vez a ausência de qualquer anúncio de corte de gastos, qualquer medida nessa direção que tenha pelo menos sido discutida", declarou.

Ainda assim, o economista disse que as medidas podem ser positivas do ponto de vista monetário, em consonância com a busca do Banco Central de levar a inflação para dentro da meta.

"O aumento de impostos, como um todo, vai no sentido de enfraquecer as atividades. Ele faz com que as pessoas e as empresas desempenhem um pouco menos, tenham menos propensão a consumir, então o mercado pode interpretar que, assim como a questão do IOF, isso vai esfriar a economia e ajudar o Banco Central a talvez não precisar a subir muito mais a taxa de juros", pontuou.

Já o colunista do CNN Money Gilvan Bueno afirmou que o ministro da Fazenda não tem conseguido o e necessário para aprovar reformas mais profundas, que trariam fôlego para o governo conseguir zerar o déficit primário e chegar ao superávit.

"Visitando a história, as últimas decisões, sabemos que ele [Fernando Haddad] não conseguiu êxito em tudo o que tentou. Desde novembro, não vem conseguindo sucesso. O IOF voltou, aí agora teve uma mudança. Lá atrás, a questão da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil também teve um impacto. Então ele não tido apoio, mas pelo menos agora teve o esforço de não olhar só para o IOF"

 

 

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