O dólar à vista subiu 0,08%, a R$ 5,5437 na venda. Na quarta-feira (11), o dólar à vista fechou em baixa de 0,53%, a R$ 5,5392, renovando o menor valor neste ano.
Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, teve alta de 0,49%, a 137.799,74 pontos.
Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a forte queda do dólar no exterior, uma vez que os investidores melhoravam suas perspectivas para cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve e diminuíam sua exposição a ativos dos EUA em meio à disputa comercial com a China.
Os mercados ainda reagiam aos dados de inflação ao consumidor dos EUA melhores do que o esperado na véspera, o que fomentava as apostas de cortes de juros pelo Fed, provocando a queda dos rendimentos dos Treasuries e pressionando a divisa norte-americana.
Reforçando o otimismo quanto aos preços, o governo dos EUA informou mais cedo que a inflação ao produtor também registrou resultado abaixo do esperado, com ganho de 0,1% em maio em relação ao mês anterior, ante expectativa de avanço de 0,2%.
Operadores estão precificando 100% de chance de duas reduções de juros neste ano, com o primeiro corte possivelmente em setembro. Antes dos dados, a probabilidade de uma segunda redução era alta, mas não estava totalmente precificada.
O dólar também era pressionado pela cautela em relação ao acordo comercial firmado entre as duas maiores economias do mundo nesta semana para retomar uma trégua tarifária acordada no mês ado.
O acordo também abordou os controles de exportação chineses para minerais de terras raras, mas deixou de fora o ime em torno das remessas de chips dos EUA para China, sinalizando que o confronto entre os dois países ainda pode voltar a escalar.
"Existe uma percepção de que o resultado das negociações comerciais entre EUA e China em Londres foi bastante modesto e há uma preocupação sobre a fragilidade do relacionamento comercial daqui para frente", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,75%, a 97,716.
Por outro lado, havia outros fatores que impediam a moeda brasileira de sustentar ganhos nesta sessão. O aumento das tensões no Oriente Médio gerava aversão a ativos mais arriscados, com ações recuando no mundo todo.
Os EUA estão preparando uma retirada parcial de funcionários de sua embaixada no Iraque e permitirão que familiares de militares deixem locais no Oriente Médio devido ao aumento dos riscos de segurança na região, disseram fontes norte-americanas e iraquianas na quarta-feira.
"Os mercados começam o dia com aversão ao risco, apesar do fluxo de notícias mais construtivas sobre as perspectivas de inflação e o progresso nas negociações com a China. As tensões geopolíticas no Oriente Médio estão se intensificando novamente", disseram analistas do BTG em nota.
Na cena doméstica, existe cautela quanto à MP editada pelo governo para compensar os recuos no decreto do Imposto sobre Operações Financeiras.
O governo publicou na quarta-feira um decreto calibrando para baixo parte dos aumentos do IOF e uma MP que eleva a taxação sobre bets, institui a tributação sobre ganhos com títulos isentos, altera o imposto de aplicações financeiras e prevê algumas medidas de contenção de despesas.
A iniciativa veio ao final de um dia em que lideranças da oposição e o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestaram forte resistência a propostas de elevação da arrecadação que não sejam acompanhadas de iniciativas "estruturais" do lado dos gastos.
Na quarta, o dólar à vista fechou em baixa de 0,53%, a R$5,5392, menor valor de encerramento desde 8 de outubro do ano ado, quando foi cotado a R$5,5334.
*Com informações da Reuters
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