São lembrados no dia de hoje nomes como os de Safo, Aldous Huxley, George Orwell, Caio Fernando Abreu, entre tantos outros.

"Os grandes autores da literatura mundial e suas obras são extremamente importantes no desenvolvimento da sociedade, quando, a partir da ficção, fazem despertar reflexões e senso crítico acerca da realidade", diz à CNN a professora de literatura Claudia Fernandes.

"A leitura de autores célebres amplia nosso repertório vocabular, põe-nos em contato com diferentes recursos linguísticos e seus efeitos de sentido, demonstram-nos possibilidades de construções sintáticas, entre outros aprendizados que podem aperfeiçoar a nossa escrita. Eles nos ensinam a ler e a escrever melhor", completa.

Para a professora, os clássicos têm em comum a capacidade de tirar o leitor de zonas de conforto, mexendo com suas emoções e fazendo refletir sobre a existência humana por diversas perspectivas.

A data do Dia Mundial do Livro — que é também dia em que morreram os célebres autores William Shakespeare (1564-1616) e Miguel de Cervantes (1547-1616) — foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Confira 12 clássicos da literatura mundial

"Cem Anos de Solidão", de Gabriel Garcia Marques

O livro conta a triste história da família Buendía. O leitor acompanha diversas gerações da família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo fictício Macondo.

A obra é cheio de artifícios literários técnicos e influências, tendo se tornado o maior clássico de Gabo (apelido do autor).

"Dom Casmurro", de Machado de Assis

Esta é, provavelmente, a obra mais famosa e elogiada de Machado de Assis.

Ela conta a história da juventude de Bentinho, desde quando ele se apaixona por Capitu e a a tentar fugir do destino de se tornar padre até suas desconfianças no relacionamento após se casarem.

O narrador, o próprio Bentinho na velhice, quando já é apelidado de Dom Casmurro, conta a história entra lembranças e devaneios. O leitor termina o livro com uma grande dúvida sobre a história.

"A Hora da Estrela", de Clarice Lispector

Esta novela de Clarice Lispector conta a triste história de Macabéa, uma jovem alagoana datilógrafa que encontra um namorado em São Paulo e sonha com a felicidade.

De tão pobre (financeiramente e de costumes), Macabéa não conhece o amor e não sabe como se comportar adequadamente em diversas situações, chegando a dar pena aos outros. Em um momento de fé, ela encontra o próprio desfecho de sua história.

A obra apresenta reflexões sobre ela e sobre o próprio narrador-personagem, o escritor Rodrigo S. M.

"Orgulho e Preconceito", de Jane Austen

O livro conta a história de cinco irmãs da família Bennet, que viviam na área rural da Inglaterra no século 18.

Entre as realidades de cada uma delas, destaca-se o amor do senhor Darcy e de Elizabeth Bennet.

"Orgulho e Preconceito" também aborda a questão da sucessão familiar quando somente herdeiros homens eram privilegiados e o casamento era tudo o que restava às mulheres.

"Hamlet", de William Shakespeare

Hamlet é um príncipe dinamarquês que encontra o fantasma de seu pai e ouve dele que foi assassinado pelo próprio irmão, Cláudio. Após a morte, Cláudio se casa com a viúva, Gertrudes, e assume o posto de rei da Dinamarca.

Inicia, então, a saga de Hamlet por vingança, a partir de um plano que busca provar quem foi o verdadeiro assassino.

A narrativa é densa e apresenta reflexões sobre conflitos familiares, amores, loucura, sanidade, filosofia, poder, moralidade, pondo em prova a própria condição humana.

"Frankenstein", de Mary Shelley

O estudante Victor Frankenstein cria um monstro em seu laboratório, em Genebra, ao tentar devolver a vida a uma pessoa, usando partes de outras pessoas.

A criatura, que provoca horror em quem a vê, a a perseguir o estudante.

O livro propõe uma reflexão sobre até onde a humanidade deve fazer a ciência e a tecnologia evoluírem e sobre como essas evoluções podem não ser exatamente o que se desejava inicialmente.

"Fahrenheit 451", de Ray Bradbury

Esta distopia conta a história de Guy Montag, um bombeiro que, assim como os colegas de profissão, deve queimar livros.

O mundo retratado na história é formado por pessoas apáticas e sem senso crítico que vivem em função de programações de televisão.

A literatura está ameaçada de extinção, os livros são objetos proibidos, e seus portadores são considerados criminosos.

No entanto, a menina Clarisse McClellan, que faz perguntas demais, faz Montag ficar curioso sobre os livros, entrando numa longa jornada para fugir da pena de portar um livro, a morte.

"O Iluminado", de Stephen King

Forças malignas habitam tentam se apoderar do corpo de um menino com poderes sobrenaturais, Danny Torrance.

No entanto, como possuir o garoto acaba sendo mais difícil do que o esperado, os espíritos do mal se aproveitam das fraquezas do pai dele, Jack Torrance.

O livro narrada a trajetória de Jack até a loucura, explorando as profundezas da mente humanas.

"Crime e Castigo", de Fiódor Dostoiévski

O jovem pobre e desesperado estudante Raskólnikov comete um crime nas ruas de São Petersburgo e tenta se justificar.

Ele mata e rouba Alyona Ivanovna, uma velha agiota, e a irmã dela, Lisavieta, mas avalia que grandes nomes da humanidade, como Napoleão ou César, também cometeram crimes e foram absolvidos pela história.

Ele não sente remorso ou arrependimento pelo assassinato e diz a si mesmo que não matou uma pessoa, mas um princípio.

"A cerimônia do adeus", de Simone de Beauvoir

Beauvoir relata os últimos anos da vida do marido Jean-Paul Sartre, a partir do diário pessoal dela e de testemunhos que coletou.

A autora apresenta reflexões filosóficas sobre velhice e morte, além de outros temas delicados que peram a trajetória de vida e obra dela.

"Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago

Esta é uma história de uma grande pandemia, a de "treva branca", pela qual as pessoas ficam subitamente cegas e que se espalha descontroladamente entre as pessoas.

As autoridades sanitárias e de segurança colocam as pessoas cegas “em quarentena” forçada num manicômio, tentando evitar a contaminação de outras pessoas.

O livro relata os desdobramentos sociais de uma situação duradoura em que os seres humanos se negam a enxergar os problemas dos outros e pensam apenas em si próprios.

"Dom Quixote de la Mancha", de Miguel de Cervantes

Um homem idoso e que vive no campo tem como atempo favorito ler sobre cavalaria, mas acaba acreditando nas aventuras que lê e decide se tornar um cavaleiro andante.

As viagens que inicia misturam alucinação e realidade, como em seu objetivo de provar seu amor por Dulcineia de Toboso, uma mulher imaginária.

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