Protesto em Los Angeles • 8/6/2025 REUTERS/Mike Blake
A Califórnia anunciou que entrará com um processo ainda nesta segunda-feira (9) contra o governo de Donald Trump pela decisão de enviar as tropas da Guarda Nacional para Los Angeles. A informação foi ada pelo procurador-geral do estado, Rob Bonta.
O objetivo da ação judicial é fazer com que os tribunais revoguem a ordem do presidente Donald Trump de federalizar a Guarda Nacional da Califórnia -- o que, segundo o procurador, é ilegal.
Bonta disse que o estado também está buscando uma ordem de restrição enquanto o caso se desenrola.
"Nas primeiras horas da manhã de domingo, o presidente Trump e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, federalizaram ilegalmente 2 mil soldados da Guarda Nacional da Califórnia por 60 dias, sem nenhuma indicação de quando pretendem" desfazer a ação, pontuou Bonta durante uma entrevista coletiva.
"Eles o fizeram sem autorização do governador Newsom e contra a vontade das autoridades locais", adicionou.
Bonta ainda classificou a ordem como desnecessária e contraproducente. Segundo o procurador-geral, ela representa um abuso de autoridade por parte do governo federal e uma violação da 10ª Emenda -- que permite o envio da Guarda Nacional.
Ele alegou que a ação também ignora "medidas racionais, de bom senso" e estratégias para conter a agitação nos protestos.
Bonta afirmou também que a violência começou após a decisão de Trump.
O procurador-geral da Califórnia disse na coletiva de imprensa que o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, ignorou o pedido do governador Gavin Newsom para revogar o envio de tropas da Guarda Nacional.
"Ontem à tarde, o governador Newsom enviou uma carta ao Sr. Hegseth solicitando que o secretário rescindisse o envio ilegal de tropas e as devolvesse ao comando do governador. O pedido foi ignorado", ressaltou.
Ele defendeu Newsom, argumentando que tudo o que ele "fez e está fazendo é completamente legal, no melhor interesse da Califórnia".
"É o presidente que precisa se olhar no espelho e perceber que o autor da infração aqui é ele e sua istração, não o governador Newsom", acrescentou.
A decisão de enviar a Guarda Nacional para o estado foi tomada após os protestos contra as operações de imigração e, segundo o presidente dos EUA, tem o objetivo de "lidar com os violentos e instigados distúrbios na Califórnia".
"Se não tivéssemos feito isso, Los Angeles teria sido completamente aniquilada", alegou Trump.
Ainda durante a coletiva de imprensa desta segunda, o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, fez um alerta para os manifestantes violentos.
“Minha mensagem para eles é: não participem de atividades ilegais. Sigam a lei. Se não a cumprirem, nós os encontraremos, os buscaremos e os responsabilizaremos, como aqueles que foram presos em campo já descobriram", pontuou.
Ele ressaltou que protestar “pacificamente contra uma injustiça ou contra algo” em que as pessoas não acreditam é “um direito fundamental nos Estados Unidos da América”.
Às vezes, porém, algumas pessoas não se interessam pelo real motivo dos protestos e os usam “como cobertura para ações caóticas, prejudiciais, destrutivas e criminosas, e isso é errado”.