Logan Rozos disse aos membros de sua turma que “ao buscar em meu coração hoje para me dirigir a todos vocês… a única coisa apropriada a dizer neste momento e para um grupo tão grande é um reconhecimento das atrocidades que acontecem atualmente na Palestina”.
A NYU “condenou veementemente” “a escolha feita por um estudante na formatura da Escola Gallatin”, disse o porta-voz da universidade, John Beckman, em comunicado após a cerimônia de quarta-feira.
A temporada de formaturas nos campi dos Estados Unidos ocorre em meio à repressão contínua da istração Trump contra estudantes que participam de manifestações pró-palestinas.
No início deste ano, a NYU estava entre as instituições citadas pelo Departamento de Justiça como tendo “experimentado incidentes de antissemitismo”.
Em seu discurso, Rozos referiu-se repetidamente às ações de Israel em Gaza como “genocídio”, que ele afirmou ser “política e militarmente” apoiado pelos EUA e “pago com nossos impostos”.
Segundo ele, suas observações pretendiam “falar por todas as pessoas de consciência, todas as pessoas que sentem o dano moral desta atrocidade”.
Aplausos irromperam da multidão quando o graduando mencionou Gaza pela primeira vez, e alguns professores da universidade, sentados atrás dele, aplaudiram brevemente.
Algumas vaias também podiam ser ouvidas na multidão.
Sem nomear Rozos, Beckman declarou que o orador “mentiu sobre o discurso que iria fazer e violou o compromisso que assumiu de cumprir nossas regras”.
“A universidade está retendo seu diploma enquanto buscamos ações disciplinares”, continuou o porta-voz, acrescentando que a escola está “profundamente arrependida que o público tenha sido submetido a essas observações e que este momento tenha sido roubado por alguém que abusou de um privilégio que lhe foi conferido”.
A CNN tentou contato com Rozos e a NYU para mais detalhes.
A biografia estudantil dele não estava mais no site da Gallatin na noite de quinta-feira (15).
O aluno se formou em Crítica Cultural e Economia Política e foi membro da Trupe de Teatro Gallatin, segundo uma versão arquivada do site da Gallatin. Ele foi selecionado pelos colegas para fazer o discurso de formatura do programa, informou a Associated Press.
A cerimônia de formatura para toda a NYU foi realizada na quinta-feira (8).
Um grupo pró-Israel diz que forneceu aos EUA uma lista de manifestantes para deportar, alarmando apoiadores dos estudantes.
A Liga Anti-Difamação condenou o que descreveu como “comentários divisivos e falsos sobre a atual guerra Israel/Hamas” e agradeceu à NYU “por sua forte condenação e busca de ação disciplinar”, segundo comunicado na rede social X.
We are appalled to hear that during @NYuniversity graduation a student speaker altered their approved speech to make divisive and false comments about the current Israel/Hamas war. We are thankful to the NYU istration for their strong condemnation and their pursuit of…
— ADL New York / New Jersey (@ADL_NYNJ) May 15, 2025
Ao mesmo tempo, o Conselho de Relações Islâmico-Americanas defendeu o “discurso de formatura pró-palestino e anti-genocídio” e pediu à NYU que liberasse o diploma do orador.
O Conselho descreveu as ações disciplinares em curso contra aqueles que participam de protestos pró-palestinos como uma “traição às liberdades americanas e ao povo americano”, conforme comunicado no X.
(1/3) The New York chapter of the Council on American-Islamic Relations (CAIR-NY) today strongly called on New York University (NYU) to release a diploma withheld from a student over his pro-Palestinian, anti-genocide commencement address.https://t.co/aT9arM4JBj
— CAIR New York (@CAIRNewYork) May 15, 2025
No ano ado, estudantes e professores foram presos na NYU durante protestos realizados em universidades em todo o país.
A instituição abriu mais de 180 processos disciplinares contra estudantes e professores ligados a manifestações sobre a guerra em Gaza após os protestos do ano ado, segundo uma investigação do jornal estudantil Washington Square News.
Israel iniciou sua guerra em Gaza após o ataque do Hamas em outubro de 2023, no qual militantes mataram 1.200 pessoas e fizeram 251 reféns.
Segundo números fornecidos pelo Ministério da Saúde em Gaza, a subsequente campanha militar israelense matou mais de 53 mil palestinos.
O ministério não diferencia civis e militantes.
Em janeiro, o exército israelense disse haver matado 20mil membros do Hamas desde 7 de outubro.
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