“A gente está enfrentando resistência por parte desses marginais, que usam fuzis ponto 50, ponto 30, armas antiaéreas”, afirmou o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.
Nesta terça-feira (10), uma megaoperação da Polícia Civil demoliu uma falsa igreja no Complexo de Israel, na zona norte do Rio, usada como base por criminosos para atacar aeronaves. Segundo as investigações, a estrutura pertencia ao grupo liderado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”. O imóvel tinha um buraco na parede voltado para a rua, utilizado como seteira — espécie de fresta por onde os criminosos atiravam protegidos.
“A dinâmica das operações mudou completamente, e isso reflete numa maior dificuldade de capturar esses marginais. Mas, mais cedo ou mais tarde, eles podem ter certeza: serão presos. E, se resistirem, serão neutralizados”, completou Curi.
Em fevereiro deste ano, um helicóptero da Polícia Civil foi alvo de disparos durante uma operação com apoio aéreo em uma área de mata no Jardim Balneário Ana Clara, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Criminosos atiraram contra a aeronave da Coordenadoria de Recursos Especiais (Saer/Core), que sobrevoava a região em baixa altitude. Apesar de não ter sido atingido, o helicóptero precisou realizar um pouso forçado, e houve troca de tiros entre agentes e suspeitos.
Já em março, durante uma fase da Operação Torniquete, na Vila Aliança, em Bangu, zona oeste da capital, o copiloto de um helicóptero da Polícia Civil foi baleado na cabeça enquanto sobrevoava a comunidade. O policial civil Felipe Marques Monteiro foi socorrido em estado gravíssimo e levado ao Hospital Municipal Miguel Couto.
A Polícia Civil do Rio realiza nesta terça-feira (10) uma megaoperação contra o Terceiro Comando Puro (T), com foco em comunidades da zona norte da capital. O principal alvo é o grupo liderado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, considerado um dos traficantes mais perigosos do estado. Até o momento, 20 pessoas foram presas, oito fuzis foram apreendidos, além de explosivos e outros materiais de guerra. A ofensiva busca desarticular núcleos estratégicos da facção, especialmente aqueles voltados ao confronto direto com as forças de segurança.
A operação se concentra no Complexo de Israel, que engloba comunidades como Vigário Geral, Cidade Alta, Parada de Lucas, Cinco Bocas e Pica-Pau. Desde o início da manhã, os agentes foram recebidos a tiros por criminosos fortemente armados, gerando intensos confrontos. Investigações apontam que o grupo usa táticas de guerra urbana: drones para monitorar movimentações da polícia, toque de recolher imposto a moradores, barricadas para dificultar o o e ações planejadas para derrubar helicópteros policiais.
Durante os tiroteios, quatro pessoas ficaram feridas. Dois ônibus da empresa Evanil foram atingidos na Avenida Brasil; um ageiro e um motorista foram baleados e levados ao hospital. Outras duas vítimas também foram feridas, mas as circunstâncias ainda estão sendo investigadas. Segundo a Polícia Civil, o T mantém rígido controle territorial com práticas como intolerância religiosa, extorsões, execuções e queima de veículos para impedir o avanço policial.
“Já ficou provado, por investigação da Delegacia de Homicídios, que esses narcoterroristas, em uma operação realizada em outubro do ano ado, atiraram deliberadamente contra a população, matando três pessoas inocentes — três trabalhadores. Por isso, adotamos medidas de contenção de danos, justamente para evitar que isso volte a acontecer”, explicou o secretário.