"Se era tão atentatório assim, por que no dia 2 de janeiro o atual presidente não desmobilizou? Esperou mais seis dias para desmobilizar. Se o risco é tão iminente de algo acontecer, por que não desmobilizou? Por que deixou o pessoal lá?", perguntou Bolsonaro, referindo-se aos acampamentos de manifestantes que eram contra o resultado da eleição presidencial de 2022.
"Infelizmente, eu não sei por que a Polícia Federal não apurou quem convocou essas pessoas, em especial de outros estados, para vir aqui no dia 8 de janeiro. No meu entender, não tinha dificuldade quem convocou", prosseguiu o ex-presidente.
No momento do acontecimento, Bolsonaro estava nos Estados Unidos, e Lula em Araraquara, interior de São Paulo. Ainda sobre os ataques à Sede dos Três Poderes, Bolsonaro diz não enxergar os atos como um “golpe de Estado”.
Manifestantes depredaram sedes do poder público, como ambientes do prédio do Supremo e gabinetes de autoridades. No dia seguinte, uma ordem emitida pelo ministro e hoje relator do caso, Alexandre de Moraes, ordenou a desmobilização de acampamentos de apoiadores do ex-presidente que estavam espalhados pelo país e próximos a quartéis.
Em depoimento na última segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, negou que o antigo mandatário tenha mencionado qualquer informação antecipada sobre os atos de 8 de janeiro ou incentivá-los.
Bolsonaro é acusado, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), de ser o líder de uma organização criminosa para mantê-lo no poder após as eleições de 2022.
A denúncia diz ainda que ele teria formulado e editado minuta que previa estado de exceção no país, além de ter ciência do plano "Punhal Verde Amarelo", pensado para matar Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.