A apneia do sono, embora subestimada, é uma condição médica complexa que merece atenção e compreensão.
Ela pode parecer inofensiva à primeira vista, mas tem um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas, afetando sua energia, concentração e bem-estar geral.
Mas o que é apneia do sono? Como saber se está ando por isso? E como resolver esse problema? Entenda a seguir.
A apneia do sono é um distúrbio caracterizado por pausas temporárias na respiração durante o sono. O problema costuma acontecer diversas vezes durante a noite.
Essas pausas, conhecidas como apneias, ocorrem quando as vias aéreas superiores ficam bloqueadas ou colapsam, impedindo o fluxo de ar para os pulmões.
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) explica que como a garganta é estreita e ao dormir se relaxa a musculatura, há a queda da língua e deslocamento posterior da mandíbula e, portanto, obstrução da garganta.
Essa interrupção na respiração pode durar de alguns segundos a mais de um minuto.
Para acabar, é preciso que a pessoa desperte e, então, a musculatura da garganta volte a força que mantém a garganta aberta.
E esse ciclo se repete. Para cada apneia noturna, há um despertar necessário e, para cada noite, se perde o sono profundo e reparador.
A apneia do sono é um distúrbio crônico e evolutivo caracterizado pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias em função do relaxamento dos músculos da faringe.
Existem três tipos principais: a apneia obstrutiva do sono (AOS), a apneia central do sono (ACS) e a apneia do sono complexa.
Entenda a seguir.
Os sinais e sintomas de apneia do sono mais comuns são, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia são ronco alto e persistente, pausas na respiração, sonolência diurna excessiva, entre outros.
Entenda melhor a seguir.
O ronco é uma característica comum da apneia noturna, especialmente da obstrutiva do sono. O som do ronco é geralmente alto e pode ser interrompido por pausas na respiração.
Uma pessoa com esse distúrbio pode experimentar interrupções temporárias na respiração enquanto dorme.
Essas pausas podem durar alguns segundos a minutos e ocorrem quando as vias respiratórias ficam bloqueadas ou quando os sinais neurais responsáveis pela respiração falham.
Devido à qualidade do sono prejudicada, as pessoas com esse problema podem sentir uma sonolência excessiva durante o dia. Isso pode levar a episódios de cochilo involuntário.
Esse processo pode interromper o padrão normal do sono, levando a despertares frequentes ao longo da noite. Eles podem ser breves e imperceptíveis, mas podem resultar em um sono não reparador.
Algumas pessoas com apneia noturna podem acordar com uma sensação de falta de ar. Isso ocorre quando há uma obstrução significativa nas vias respiratórias e a respiração é interrompida de forma abrupta.
É importante observar que nem todas as pessoas com essa condição apresentam todos esses sintomas.
Além disso, muitas vezes, os próprios pacientes não estão cientes dos sintomas, pois eles ocorrem durante o sono. Ou seja, depende de outra pessoa observá-los.
Os principais fatores de risco e causas da apneia do sono são:
É importante ressaltar que cada caso pode ter causas individuais e é necessário consultar um profissional de saúde especializado para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais. O mais conhecido para diagnosticar a apneia é a polissonografia.
“É um exame em que se coloca um monte de fios na cabeça para ver o eletroencefalograma e a parte respiratória. O paciente dorme tipicamente na clínica para ter o diagnóstico completo, inclusive da apneia” explica Geraldo Lorenzi Filho, diretor do Laboratório do Sono do Incor.
O procedimento monitora o sono e registra atividades corporais como respiração, batimentos cardíacos e movimentos dos olhos e pernas. O exame também pode ser feito em casa em alguns casos.
Com base nos resultados do estudo do sono, o médico poderá fazer o diagnóstico e classificá-la em termos de gravidade, como leve, moderada ou grave.
Existem várias opções de tratamento disponíveis para a apneia do sono, dependendo da gravidade do caso e das causas subjacentes.
Uma das maneiras de melhorar esse problema é dormir de lado. “Quando a gente dorme de barriga para cima a língua cai para trás. De barriga para baixo não tem problema, mas os ortopedistas não indicam por causa da coluna cervical”, explica Geraldo.
Mudanças no estilo de vida também são interessantes como tratamento. “Cada 10% do peso que a gente perde melhora a apneia noturna em 30%”. Embora emagrecer não seja fácil, ele indica o exercício físico, ajudando a transformar a massa gorda por massa magra.
Ele também lembra que o nariz precisa estar funcionando. Quem tem obstrução nasal, por exemplo, tem a tendência de abrir a boca e isso acaba empurrando a língua para trás também. O ideal é fazer uma lavagem nasal ou procurar um médico especialista.
No caso do dentista, ele explica que se pode fazer uma placa de avanço mandibular. “É uma placa usada na hora de dormir que puxa o queixo para frente e se ganha um espaço aqui embaixo atrás da língua”.
A cirurgia também é usada em casos específicos e, ainda, há a opção da máscara AP(pressão positiva contínua nas vias aéreas).
Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono, explica como funciona esse tratamento. O objetivo é impedir que haja esse fechamento da agem de ar enquanto a pessoa dorme.
“O AP é um gerador de fluxo de ar — não é oxigênio — que a pessoa usa quando vai dormir. Ela é acoplada na face da pessoa e a pessoa então perde o sono porque o despressurizador de ar vai impedir o fechamento da garganta enquanto ela dorme”, esclarece.
Resumindo tudo que foi visto aqui: